segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Intervenções e homenagens celebram o aniversário do São Francisco na região

Todos os anos a primeira semana de outubro vem sendo marcada por diversas atividades voltadas para o Rio São Francisco. O dia 04, especialmente, é o momento de chamar atenção para a importância do rio para a região, discutir como o mesmo vem sendo tratado e falar da necessidade de preservá-lo. Escolas, organizações sociais e a mídia normalmente agendam esta data.

Este ano, no período de 02 a 05 de outubro, diversas atividades estarão acontecendo em Curaçá, Pilão Arcado, Juazeiro e Sobradinho, com a preocupação de envolver novos atores sociais na luta em defesa da vida do rio e dos povos ribeirinhos. A “Semana do Rio” está sendo organizada pela Articulação Popular São Francisco Vivo, que reúne diversas entidades, movimentos sociais e povos de toda a Bacia do São Francisco e que durante todo o ano desenvolve uma série de ações no Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco. 

A programação da “Semana do Rio” terá início com uma oficina de comunicação, com foco na questão ambiental, no município de Curaçá no dia 02. Dia 03, o debate acontecerá em Pilão Arcado no encontro do Conselho Popular de Saúde e Meio Ambiente e dia 04 será a vez de passageiros/as das barquinhas que fazem a travessia Juazeiro/Petrolina prestigiarem uma exposição fotográfica na própria barca. Para encerrar a programação, no dia 05, acontecerá mais uma edição do “Navegando no Velho Chico”, onde estudantes, educadores/as e militantes de Sobradinho vão percorrer o rio no trajeto Juazeiro/Sobradinho. À noite acontecerá a IX edição da Romaria das Águas de Sobradinho, evento político-religioso que culmina com uma caminhada da sede do município até o Balneário de Chico Periquito.

Todas as atividades serão momentos de reflexão acerca do grave estado de degradação do rio ao longo da Bacia, como o impacto dos grandes projetos (barragens, irrigação, mineração), lançamento de esgotos, agrotóxicos, etc. A morte dos afluentes e os impactos do urbanismo serão também temas debatidos nas atividades e na imprensa local.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Educomunicação é tema de oficina mediada pelo Fórum em Riachão do Jacuípe



Numa relação de integração com outros territórios da Bahia, o Fórum de Comunicação Sertão do São Francisco realizou no último dia 20 oficina de educomunicação durante o I Festival de Curtas do Vale do Jacuípe, que aconteceu entre os dias 19 e 21 na cidade de Riachão do Jacuípe.

A oficina, intitulada “Eu Cidadão Repórter: como utilizar a convergência das mídias atuais na produção da notícia?” teve como público-alvo educadores/as de escolas públicas da sede e interior do município e estudantes da Escola Estadual Maria Dagmar Miranda. Com a mediação das jornalistas integrantes do Fórum, Érica Daiane Costa e Karine Silva, o grupo discutiu os processos de comunicação na sociedade, com ênfase no modelo de comunicação hegemônico no Brasil para depois conhecer o conceito de educomunicação e algumas formas de colocar em prática onde atuam.

Durante a avaliação, as/os participantes falaram da necessidade de continuarem a discutir a temática, bem desenvolver ações nas escolas, considerando, inclusive iniciativas já existentes. A educadora Silvânia Oliveira falou da importância da família também se envolver nesta empreitada, reconhecendo a educomunicação como uma forma estratégica de formação social.

A metodologia utilizada pelas facilitadoras priorizou a troca de conhecimento e
discussão acerca do conceito que ainda é desconhecido para muita gente. Um dos pontos destacados pela estudante Claudina Neta foi a possibilidade “das pessoas participarem, ao contrário de outras oficinas que só vão para falar”, avaliou. Um dos recursos utilizados foi o vídeo “Educomunicação: o nascimento”, que além de tratar do surgimento desta nova área do conhecimento, mostra também a relação indissociável das duas áreas: a educação e a comunicação.

A oficina aconteceu na Escola Maria Dagmar que possui uma Rádio-Escola há mais de 20 anos, espaço utilizado para o momento prático da oficina. De acordo com Claudina, que ocupa a coordenação de Relações Públicas do Grêmio Estudantil e é uma das participantes da Rádio, apesar das dificuldades, as/os estudantes reconhecem a Rádio como um importante instrumento dentro da escola.

Além da educomunicação, outros temas foram abordados em oficinas, a exemplo de produção de vídeo para Web e Curtas Urgentes, fotografia, dentre outras. O evento foi realizado pelo Coletivo “Amigos do Cinema”, com o apoio do comércio e prefeitura local e tem por objetivo valorizar e fortalecer a produção de conteúdo voltado para audiovisual.

Latifúndio da mídia é ainda mais grave e prejudicial ao país do que o da terra



Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação amplia mobilização por um novo marco regulatório para o setor
 


                                    
 
“O latifúndio dos meios de comunicação é ainda mais grave e prejudicial ao país do que o da terra, porque conta com o patrocínio do Estado”. A afirmação do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, feita na abertura da XVII plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), neste sábado, em Brasília, deu o tom nas críticas à política governamental de favorecer os grandes conglomerados privados de mídia e na ênfase à necessidade de um marco regulatório que garanta, efetivamente, a liberdade de expressão.

“Precisamos quebrar a barreira da concentração da informação e da emissão da opinião para termos mais pessoas participando e pautando o debate. Se esta é uma luta análoga à da reforma agrária, nós achamos que é hora da ocupação”, acrescentou Luis Felipe Marques, representando o grupo Fora do Eixo e a Mídia Ninja.

Passados quatro anos da realização da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), sem que o governo federal tenha agido para implementar suas decisões, declarou o professor Fernando Paulino, da Universidade de Brasília (UNB), torna-se inadiável somar “o conhecimento e o saber popular e acadêmico” para torná-las realidade. “É necessário compreender a comunicação como um direito coletivo e social, o que demanda políticas públicas que a democratizem”, defendeu.

Para a blogueira Conceição Oliveira (Maria Frô), é inaceitável que “sete famílias continuem dominando a comunicação no país, dizendo o que, quando e se as pessoas devem ser informadas”. Na prática, apontou, com uma política de “sonegação e chantagem que a partir do seu monopólio silencia e criminaliza nossas vozes”, a velha mídia “mantém o Estado brasileiro sequestrado em função dos seus interesses”. “A luta pela voz, pelo direito de expressar ideias, parece luta pela terra. E pior, pois o ministro das Comunicações acha que este é um direito menor”, frisou.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

ESTATUTO DA JUVENTUDE RECONHECE DIREITO À COMUNICAÇÃO NO BRASIL


O Estatuto da Juventude, sancionado pela Presidenta da República no último dia cinco de agosto, é a primeira lei brasileira a reconhecer, expressamente, o direito à comunicação. Apesar de termos em diversas normativas nacionais, internacionais e na Constituição elementos que integram tal direito – como liberdade de expressão, proibição da censura e dos monopólios de mídia – essa é a primeira vez que a expressão "direito à comunicação” aparece em um de nossos marcos legais. 

Por Douglas Moreira*


Fruto de um longo processo de mobilização e de uma tramitação de quase 10 anos no Congresso Nacional, o Estatuto assegura diversos direitos das e dos jovens de 15 a 29 anos, além de definir princípios e diretrizes para as políticas públicas de juventude. Uma das seções trata especificamente do direito à comunicação e à liberdade de expressão, definindo, no artigo 26, que "o jovem tem direito à comunicação e à livre expressão, à produção de conteúdo, individual e colaborativo e ao acesso às tecnologias de informação e comunicação”.

Já o artigo 27 estabelece um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelo poder público para a efetivação desse direito, que incluem "incentivar programas educativos e culturais voltados para os jovens nas emissoras de rádio e televisão e nos demais meios de comunicação de massa”; "promover a inclusão digital dos jovens, por meio do acesso às novas tecnologias de informação e comunicação”; "promover as redes e plataformas de comunicação dos jovens”, "incentivar a criação e manutenção de equipamentos públicos voltados para a promoção do direito do jovem à comunicação”; e "garantir a acessibilidade à comunicação para os jovens com deficiência”.

O texto, que agrega debates feitos na 2ª Conferência Nacional de Juventude, poderia avançar mais no detalhamento das políticas necessárias à concretização do direito à comunicação, mas da forma como está já é uma conquista histórica. O desafio agora é transformar as determinações da lei em realidade para os mais de 50 milhões de brasileiros e brasileiras que fazem parte da faixa etária contemplada pelo Estatuto – o que exige ainda mais mobilização e pressão para que o Estado, nos diferentes níveis, crie e implemente políticas públicas de comunicação e juventude.

Nos próximos dias 26 e 27 de setembro, em Brasília, o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), instância de formulação e proposição de políticas públicas, fará um seminário para debater os caminhos para efetivação das questões colocadas pelos artigos do Estatuto referentes ao direito à comunicação e à liberdade de expressão. Durante o evento também será realizado um ato político pela democratização da comunicação, com a assinatura de um termo de compromisso de apoio do Conjuve ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática.

Em 2012, o Conjuve soltou uma nota de apoio à Campanha Para Expressar a Liberdade, apontando que um dos reflexos do atual cenário midiático é que "assim como outros segmentos da população, a juventude não raras vezes é silenciada ou retratada de maneira discriminatória e estigmatizante pelos meios de comunicação, especialmente no caso de jovens negros, pobres e moradores de periferias, que em geral só ganham visibilidade quando o assunto está relacionado à violência, construindo-se assim uma representação social enviesada e que nega direitos”.

A efetivação das previsões do Estatuto da Juventude pode ajudar a mudar este cenário. E nunca é demais lembrar o que determina nossa Constituição, no artigo 227: o Estado brasileiro deve dar prioridade absoluta aos direitos dos jovens – o que inclui, agora, nos termos do Estatuto, o direito à comunicação!

*Integrante do Intervozes e conselheiro do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve)
Fonte: www.vermelho.org.br

domingo, 22 de setembro de 2013

MAXIMILIEN ARVELAIZ: LIBERDADE DE EXPRESSÃO PARA TODOS


Há hoje um embate frequente entre duas formas de encarar a questão da liberdade de expressão. A primeira concepção, tradicionalmente defendida pelas grandes empresas de comunicação, relega a um papel menor o acesso aos meios pelos quais a liberdade de expressão pode ser de fato exercida. Os efeitos são altamente nocivos, como a concentração de poder nas mãos de poucos e a homogeneização do noticiário em torno de um pensamento único. Por Maximilien Arvelaiz. 

Mas existe uma segunda concepção que identifica o acesso aos meios de difusão da informação como passo imprescindível para se falar em liberdade. Por uma razão lógica: a de que, sem a democratização dos meios, não se garante efetivamente o direito à voz e à opinião dos diferentes grupos sociais. Essa vertente tem colhido reações.

A mais recente foi a série de reportagens do Grupo de Diários América (GDA), veiculadas no Brasil pelo GLOBO, que trouxe de volta o surrado roteiro de acusar que o "fim da democracia e da liberdade de expressão" são características do atual governo venezuelano.

Pelo que vivi e conheço da democracia na Venezuela, questiono-me se essa associação é fruto apenas do desconhecimento da realidade de meu país. É preciso buscar o contexto venezuelano e lembrar que, em 2002, ocorreu um golpe de Estado com a participação direta da mídia. A partir desse episódio, o movimento do governo no sentido de democratizar os meios de comunicação foi fundamental para fazer um contrapeso à atuação política das empresas de comunicação e estabilizar a sociedade venezuelana.

Com uma visita à Venezuela é possível constatar que os principais jornais em circulação hoje são claramente simpáticos à oposição. O mesmo se dá nos meios de radiodifusão. Atualmente, o total de concessões públicas a rádios privadas é de 466 e de 61 para emissoras de televisão — expansão de 34,7% e 90,6%, respectivamente, desde 1998, quando Chávez foi eleito. Em nenhum caso, ao contrário do que se lê nos jornais brasileiros e internacionais, há controle de conteúdo por parte do governo.

Armand Mattelart nos ensina que o termo "liberdade de expressão" é compreendido hoje muito mais como "liberdade de propriedade" do que como "democratização no acesso aos meios de comunicação" Por isso, cada vez que vê seus interesses econômicos ameaçados, a mídia tradicional recorre ao termo, defendendo assim uma comunicação unilateral e que, muitas vezes, não reflete as reais preocupações e formas de ver a realidade dos inúmeros grupos sociais.

É justamente essa situação que o presidente Hugo Chávez tentou reverter com sua política de comunicação, agora levada a cabo pelo presidente Nicolás Maduro. O governo venezuelano, respaldado pela Constituição, investe prioritariamente em comunicação pública e descentralizada, para que a população organizada nos bairros também tenha direito à liberdade de expressão. Há, neste momento, 37 experiências de televisão comunitária; em rádio, são mais de 240 concessões comunitárias e cerca de 80 públicas.
A internet também contribui para o cenário de debate democrático na sociedade venezuelana. Somos um dos países da América Latina com mais contas na rede social Twitter, que se popularizou e se converteu em ferramenta massiva de intercâmbio de opinião. Isso, graças ao esforço do governo de Hugo Chávez em democratizar o acesso à internet, reconhecido pela Unesco por meio de prêmio.

É preciso esclarecer aos leitores brasileiros que o pilar das ações e políticas públicas venezuelanas está na compreensão de que dar voz aos cidadãos é primordial no processo de com bate às desigualdades socioeconômicas, no combate às velhas relações de dominação e, ainda, no processo de integração cultural e simbólica entre os países do continente latino-americano.

Maximilien Arvelaiz é embaixador da Venezuela no Brasil. Artigo publicado no jornal O Globo.
Fonte: www.paraexpressaraliberdade.org.br

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mata Branca realiza em Curaçá - BA, Oficina de Disseminação do Conhecimento.


        Na Região desde 2009, o Projeto de Conservação e Gestão Sustentável do Bioma Caatinga, Mata Branca, aqui no Estado da Bahia, em parceria com a Paróquia Bom Jesus, IRPAA, EJUCC, Copercuc, CuraçáFM, Sindicato e Governo Municipal, realizou em Curaçá-BA, no dia 14 de Setembro, a Oficina de Disseminação do Conhecimento, reunindo trabalhadores (as) rurais, sociedade civil e religiosos para esse evento que pretende culminar os trabalhos realizados nas comunidades, atividades estas de potencialização da agricultura familiar, organização popular, e, principalmente, manejo sustentável do bioma Caatinga.
“É a socialização das Experiências das comunidades que trabalham com recursos do Projeto Mata Branca, expondo os resultados alcançados e discutindo as dificuldades vivenciadas por esses trabalhadores rurais”, disse Edmilson dos Santos, coordenador local do Mata Branca. “Aqui estão representantes das fazendas Nova Jatobá, Cabaceira, Jaquinicó, Salgado, Povoado de São Bento entre outras, beneficiadas com projetos do Mata Branca”, acrescentou.
Na plenária se discutiu vários assuntos, como as Unidades de Conservação, Discriminação dos Meios de comunicação de massa sobre a Caatinga e seus fatores climáticos, implantação de viveiros para reproduzir plantas da Caatinga, resistência do homem do campo e a Convivência com o Semi-árido, esta última, por sua vez, sendo considerada a filosofia que vem transformando a realidade do sertão, potencializando seus recursos, trazendo renda e dignidade a esses trabalhadores que vivem dos frutos da terra.
Durante o evento houve estandes abertas ao público com produtos de origem animal e vegetal, (Iogurte, Queijo, Doces, Geleias, Sucos, Polpas, Galinha Capoeira e Ovos), produtos que foram comercializados ao público presente e a outros curaçaenses que vieram, especialmente, a procura dessas iguarias de boa qualidade, boa procedência e de reponsabilidade socioambiental.
“Muito bom ouvir o depoimento desses agricultores, que vieram discutir suas experiências de vida, seu trabalho no campo, expondo suas ideias e pontos de vista referentes a convivência com o semi-árido, sem falar de podermos comprar alguns produtos que são frutos da parceria de projetos do Mata Branca nas comunidades”, assim falou Delaides Rodrigues, mestre de cerimônia do evento que foi realizado na Sociedade do Vaqueiros, no centro da cidade.

        
Adriel Duarte.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Rádio Comunitária Curaçá FM transmite ao vivo sessão do poder legislativo.



Mais uma vez a Rádio Comunitária Curaçá FM, ciente da sua função social,  vem oportunizando informação e prestação de serviços à população Curaçaense. Desta vez, através das ondas sonoras da 87,9 a comunidade tem o privilégio de ouvir o trabalho semanal dos vereadores que compõe o quadro legislativo da Câmara Municipal de Curaçá através da transmissão ao vivo das sessões da casa povo.

As sessões acontecem nas segundas-feiras, a parti da 18:30, e desde o inicio da primeira cerimônia,  a audiência da Curaçá Fm aumenta consideravelmente, pois  muitas pessoas nesses horário deixam de assistir, por exemplo, novelas e fazer outras atividades para se ater a essa transmissão que traz ao vivo as informações e o trabalho dos Vereadores locais.

“As pessoas começaram a entender o quão importante tem sido o papel da Rádio na nossa cidade, além de noticias de Curaçá que são transmitidas aos ouvintes é necessário também que venha ao público o andamento das sessões, mostrando o trabalho do poder legislativo aos que estão sintonizados na Rádio, gente que muitas vezes não podem sair de casa ou estão trabalhando”, disse o comunicador Adriel Duarte.


Segundo o Presidente da Associação Comunitária de Rádio e Difusão Antônio Carlos Rodrigues Paixão  que administra os trabalhos da Curaçá FM, a intenção de transmitir as Sessões da Câmara de Vereadores se deve ao fato de querer aproximar o poder legislativo da comunidade, e que essa prestação de contas dos empregados do povo deve acontecer sempre. Na verdade a transmissão das sessões nada mais é que uma prestação de serviço público que todo meio de comunicação democrático deve fazer. Sem duvida, quem ganha com a iniciativa é a população que pode acompanhar os projetos, discussões e acompanhar a fiscalização dos recursos públicos feitos pela a Câmara de vereadores e acima de tudo participando ativamente dos rumos do nosso município.

 Delaides Rodrigues.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

                    Inversão de Valores

       Em 07 de setembro de 2013, estive no distrito de Patamuté (minha terra natal) para mais uma festa em homenagem aos vaqueiros. Participo da mesma por ser uma cultura que me emociona, mas dessa vez fiquei inquieta com alguns pontos e a partir deles foi possível fazer uma breve análise daquele lugar. Infelizmente, não consegui reviver as mesmas emoções, isso porque naquele distrito não se houve mais aboios, toadas e músicas de vaqueiros, mas sim batidas de um ritmo que nos inquieta por não trazer em suas letras algo que nos faça ter o prazer de ouvir. Lembro-me que quando chegava a data da tradicional festa, os homens se preparavam para vestirem as mantimentas de couros que faziam deles verdadeiros heróis. E eram momentos como esses que aqueles homens celebravam as conquistas da sua lida difícil no semiárido.
Vaqueiro: Semeador de Esperança!
Hoje, o bonito não é a figura do vaqueiro que se veste com o gibão, perneiras, chapéu de couro e montar um lindo cavalo, mas sim aquele que tem em seu poder um carro, um som maior do que o veiculo e como se não bastasse, tocar musicas que estão na moda, e que não dizem na verdade, coisa alguma. O pior de tudo isso é que a própria comunidade também compartilha com a ideia de que o novo é o que atrai, mas a reflexão que se deve fazer é o que isso tem proporcionado de desenvolvimento para o seu lugar e o que as nossas manifestações tem perdido com isso. O que é mais importante cultivar uma cultura que está enraizada no distrito ou se deixar envolver por sensações vazias de prazer que só nos alienam? Enfim, precisamos de fato manter a nossa tradição, pois é ela que garante que a nossa historia continue e mantenha viva os valores construídos por nossas famílias durante anos. Contudo, devo registrar aqui, que apesar de tentarem apagar o seu brilho ainda existem bravos e combatentes vaqueiros que celebram esse dia como uma dádiva, pois ser vaqueiro não é se exibir, mas sim celebrar o prazer de Viver bem nesse sertão. Como tão bem disse Euclides da Cunha “O sertão é um vale fértil” e o seu semeador um Herói. VIVA O VAQUEIRO!!


Delaides Rodrigues 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O QUE A ESPIONAGEM DOS ESTADOS UNIDOS TEM A VER COM A GLOBO, AS TELES, O MARCO CIVIL E O PAULO BERNARDO


Este fim de semana foi, digamos assim, curioso do ponto de vista da Globo. De um lado a emissora reconheceu que não deveria ter dado “apoio editorial” à ditadura militar, mas fez um zigue-zague imenso pra chegar nesse ponto tímido da auto-crítica depois de 39 anos do golpe. Em um dos momentos do editorial, teve a cara-de-pau de dizer que Roberto Marinho protegia os “seus comunistas”. Como se a Rede Globo não tivesse sido uma das sócias investidoras que mais recebeu dividendos de todos os horrores que foram realizados no Brasil durante mais de 20 anos.

A Globo era um grupo de comunicação menor antes do golpe. E ao seu final era um império. Durante o governo Sarney chegou a nomear ministros da economia. Se alguém dúvida, perguntem ao Mailson da Nóbrega como foi essa história. E em 1989 elegeu um presidente da República.

Mas se é verdade que a Globo era sócia investidora da ditadura também é verdade que os EUA eram os maiores interessados em tudo que acontecia por aqui.

Enquanto a Globo lucrava no varejo, os EUA lucravam no atacado. E a subserviência brazuca aos EUA era um projeto que tinha na Globo seu principal aliado.

Por isso é até curioso que o Fantástico de ontem tenha revelado provas apresentadas por Snowden de que o governo de Obama grampeou Dilma e o governo brasileiro. Algo que não é exatamente novidade. O governo dos EUA e a CIA sempre tiveram agentes secretos e colaboradores em todas as partes do mundo para coletar informações acerca dos países que por algum motivo representassem algum tipo de “risco” aos interesses do império.

A questão é que hoje os EUA grampeiam de maneira moderna os nossos governantes. E de certa maneira com a conivência deles. O professor Sérgio Amadeu, por exemplo, demonstrou em recente estudo que ao instalar o Windows nos seus computadores, os ministros brasileiros estão autorizando a Microsoft a espionar de forma autorizada suas comunicações. Mas mesmo assim o software livre é defenestrado nos governos. O dinheiro que se gasta no Brasil com softwares proprietários poderia ser utilizado para investir num amplo programa de tecnologia nacional. É muito, mas muito dinheiro.

Acontece que nossos governantes parecem ignorar ou fazem de conta que ignoram que a internet é uma tecnologia de controle. E por isso é fundamental ter regramentos claros para impedir que o controle seja exercido de forma ilegal a partir dela.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vale do São Francisco debate Lei da Mídia Democrática


Aconteceu no Vale do São Francisco o lançamento do projeto de Lei de Iniciativa Popular das Comunicações, Lei da Mídia Democrática, que propõe a regulamentação dos meios de comunicação no Brasil. O evento aconteceu na última sexta-feira (30), em Juazeiro, onde estiveram presentes estudantes, professores, representantes de ONGs, integrantes de rádio comunitárias, parlamentares municipais e sociedade civil em geral.
Para conduzir a discussão sobre o projeto de lei popular, a professora Gislene Moreira fez um resumo de como vêm sendo construída a comunicação e os veículos de comunicação no nosso país. Após essa introdução, o jornalista Ivan Moraes Filho, apresentou os principais pontos abordados no projeto e falou da importância de sua aprovação. Para o jornalista, um dos pontos mais relevantes pautado na lei está relacionado com a produção de conteúdos regionais. “Essa lei vai fomentar de uma forma que nunca foi feita o mercado da produção local”, comenta Ivan Moraes.
A Lei da Mídia Democrática estabelece de forma clara o percentual de produções regionais que devem ser transmitido pelos meios de comunicação. Dessa forma, garantindo diversidade e pluralidade de conteúdos. Para o participante do evento, Paulo Viana Campos da cruz, hoje a mídia no Brasil, não transmite a voz do povo e sim o interesse de pequenos grupos. Ele defende que a democratização da mídia vai ajudar a transformar essa realidade, “uma mídia cada vez mais democrática passa ser de fato a voz do povo”, afirma Paulo.
A aprovação da lei vai proporcionar o aumento das produções independentes, culturais e regionais. Mas para que isso aconteça o projeto precisar ingressar no Congresso com um milhão e quatrocentas mil assinaturas. A lista de apoiamento está disponível no site Para Expressara Liberdade. Na região do Vale do São Francisco, a coleta está sendo feita pelo Fórum de Comunicação Sertão do São Francisco e pelo COM 10, grupo de pesquisa e extensão sobre Comunicação para o Desenvolvimento na região, formado por estudantes de jornalismo da Uneb, coordenado por Gislene Moreira.
O Evento foi organizado pelo Fórum de Comunicação Sertão do São Francisco, que ao longo de sua criação vêm discutindo a construção de uma comunicação que atenda a toda a sociedade e que todos se sintam parte dela. “ É importante regionalizar o debate, para que o Vale também discuta o direito a comunicação”, afirma Karine Silva, integrante do Fórum.