sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fim de ano em Curaçá: Festejos, fé e muita alegria contagiam toda a cidade.



Aqui em Curaçá, particularmente, nesse período de fim de ano. Nossa cidade se movimenta. Em Dezembro, além de muitos filhos da terra que moram em outros municípios que chegam a cidade para aproveitar as férias para rever seus familiares, o município se prepara para receber e fazer acontecer três eventos culturais e religiosos símbolos da crença,  fé e da celebração dessa gente. Estamos falando do Baile Pastoril, da Procissão de São Benedito e da Marujada.
Logo nos primeiros dias de Dezembro, na Praça Raul Coelho, um grande grupo formado pela juventude se forma para os ensaios do Baile Pastoril. Essa tradição oriunda da idade média, trazida para essa região de Curaçá por portugueses é considerada um dos mais bonitos eventos culturais que acontecem nesta época na cidade. Com roupas brancas e vermelhas e sorriso no rosto, entoando várias canções imortalizadas por grandes forrozeiros, os pares em fila que saem pelas ruas da cidade logo após a missa do galo, são recebidos com muito carinho em várias casas na sede do município. Durante o trajeto os integrantes do pastoril comem e bebem até o amanhecer. Celebrando o natal, e o nascimento do menino Jesus.
Já na noite do dia 30 de Dezembro a movimentação é grande. Gente de todos os bairros, alguns religiosos, outros não. Pessoas de várias fazendas e povoados - chegam à cidade e começam a se dirigir em direção a Igreja Matriz nesse momento de celebração. Estou falando de centenas de fiéis, muitos descalços para pagar suas promessas feitas durante todo o ano, reunidos por uma mesma fé, em uma procissão bastante iluminada por velas conduzidas por essa gente que vem de longe adorar e louvar a São Benedito. Na verdade, o padroeiro municipal é o Bom Jesus da Boa Morte, mas considerando o fato de que nesse dia, todos os anos, esse grande contingente vem cantar e adorar o santo São Benedito, muitos afirmam que ele também é o nosso padroeiro.
 Bem cedinho, todos os anos, no dia 31 de Dezembro acordo com o som de fogos de artifício anunciando que os Marujos estão entrando na cidade pelo Rio São Francisco, um dia que Curaçá acorda sempre mais cedo, aliás, esse Espetáculo de beleza e fé é bastante esperado seja pelas crianças, adultos e idosos. Além de ser um ato bastante religioso a Marujada de Curaçá é uma das mais bonitas manifestações populares da região que a cada ano atrai novos participantes e admiradores. O cortejo, ao passar pelas ruas do município vai colorindo e enchendo os olhos de que os vê com as cores das fitas e dos chapeis de palha bastante coloridos com papeis de diversas cores.


Quer uma sugestão para esse fim de ano? Venha a Curaçá – Ba.

Adriel Duarte, Comunicador- comunitário e membro do fórum de comunicação.



terça-feira, 18 de dezembro de 2012


Projeto Ararinha na Natureza é lançado em Curaçá/BA

No dia 6 de novembro o projeto Ararinha na Natureza foi lançado regionalmente em Curaçá (BA), com uma programação que incluiu palestras, apresentação de músicas regionais, grupos de dança e capoeira, e um vídeo sobre a história da ave. Participaram do evento moradores locais, colaboradores e instituições mantenedoras de ararinha em cativeiro, como a Al Wabra, e patrocinadores do projeto, como a Vale. Também estiveram presentes representantes das várias organizações envolvidas, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Save Brasil e o Funbio, que estão à frente do programa. Ao todo foram cerca de 180 pessoas que participaram da cerimônia e puderam conhecer os locais onde as últimas ararinhas foram avistadas na natureza e onde ainda há registros de sua presença, como antigos ninhos, em um passeio de Curaçá até a Serra da Borracha e à Fazenda Concórdia. Eles tiveram ainda a oportunidade de conversar com moradores e ouvir suas histórias de vida na caatinga.
Como a comunidade é elemento fundamental para a preservação da fauna e flora locais, o projeto Ararinha na Natureza desenvolverá também ações de cunho socioambiental e educativo. “O projeto não se resume a cuidar da reintrodução das ararinhas, mas também abrange ações voltadas para a população de Curaçá, tanto a que vive na sede do município como a que mora no interior da caatinga. São ações de cunho socioambiental visando à criação de alternativas para a produção de alimentos e geração de renda, além de atividades educativas buscando a redução da caça predatória, do tráfico de animais e do desmatamento”, ressaltou Gleuza Jesué do Departamento de Meio Ambiente da Vale.
Em decorrência principalmente do tráfico ilegal, a população de ararinha-azul foi dizimada até restar um único indivíduo, que desapareceu no ano 2000. A espécie, que já foi declarada extinta na natureza pelo governo brasileiro, está criticamente ameaçada de extinção, tendo somente 79 exemplares em cativeiro. Apoiado pelo Funbio, através da Carteira Fauna Brasil, o projeto Ararinha na Natureza contribui para a conservação da ararinha-azul, buscando criar condições de sobrevivência no habitat natural da espécie.

Texto publicado no dia 26/11/2012 extraído do site da Fumbio.    www.fumbio.org.br

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Grupo de Teatro Amador Art Livre de Curaçá retoma atividades culturais.



Após dois anos estagnado o grupo se prepara para trazer aos palcos uma adaptação do espetáculo “O Dono do Defunto”.

Desta vez, tendo como direção o Curaçaense Damião Medeiros (um dos integrantes do grupo inicial) o grupo se prepara para volta a atuar nos palcos, nessa equipe novos artistas sensibilizados com a necessidade de ser fazer Artes Cénicas na cidade assumiram o compromisso de se reconstruir esse grupo que arrancou grandes risadas e aplausos durante suas apresentações, tanto na sede da cidade, no interior e em outras localidades onde o Art Livre passou.
Além de alguns participantes que estiveram no elenco do primeiro grupo que se estagnou há dois anos, outros artistas estão inseridos nesse espetáculo, uns tendo o primeiro contato com essa magia impar oriunda dos palcos teatrais e outros que já fizeram apresentações cénicas na cidade e que veem somar experiências e inovações junto a grupo.
A peça a ser montada, na verdade remontada foi escrita  pela ex – diretora Eliene Cristina, intitulada como o “Dono do Difunto”. Uma comédia romântica que já foi bastante aplaudida e prestigiada, principalmente, aqui na nossa Curaçá. Desta vez, faremos uma adaptação singela mas não será nada que venha tirar o sentido dessa verdadeira confusão em torno de um velório muito engraçado. Duas funerárias que brigam para levar o defunto e sem falar de outros personagens com personalidades bem particulares sobre suas opiniões e sua parcela de culpa nesse mal entendido que gera o êxtase do espetáculo.
O Art Livre sempre teve integrantes, assim como eu, inseridos na luta pela democratização da comunicação na nossa região, inclusive em 2009, aonde alguns integrantes estiveram participando da Conferência Estadual de Comunicação que aconteceu em Salvador onde vimos a necessidade da criação do Fórum de Comunicação do Sertão do São Francisco.

Adriel Duarte dos Santos - Membro do Fórum, Comunicador comunitário e Integrante do Art livre.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Lideranças e Movimentos Sociais do Vale do São Francisco juntam-se ao Coletivo de luta pela Ilha do Fogo


Falas a favor da saída do Exército da Ilha do Fogo, intercaladas com apresentações culturais, marcaram o Ato Público em defesa da Ilha (E do Rio São Francisco para o Povo!) realizado no final da trade do último dia 06 na orla de Juazeiro (BA). Diversas lideranças se posicionaram a favor do acesso livre da população à Ilha do Fogo, que desde o dia 03 de setembro encontra-se sob a patrulha do Exército Brasileiro.

Situada entre Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), o local sempre foi espaço de lazer de muitas pessoas das duas cidades e visitantes que, muitas vezes, não possuíam outras alternativas tão acessíveis. “A Ilha foi feita por Deus nosso criador para o povo, não é para o Exército tá lá. Estou decepcionada com esse governo”, desabafa Alice Pescadora, que afirmou que a luta do Coletivo Amigos da Ilha conta com o apoio do Movimento Nacional de Pescadores e Pescadoras artesanais.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mini-curso discute a ausência e a representação do negro na mídia

O Fórum de Comunicação Sertão do São Francisco, em comemoração ao dia da consciência negra, festejado no dia 20 de novembro, participou da programação do Novembro Negro, que aconteceu entre os dias 28 e 30 de novembro no Campus III da Uneb, em Juazeiro (BA). O evento contou com debates, palestras, oficinas, minicursos e apresentações culturais, relacionado com a cultura afro.

No último dia de evento, o minicurso “Negro/a na Mídia”, foi ministrado por Érica Daiane e Uilson Viana, integrantes do Fórum de Comunicação. O espaço de discussão contou também com a participação da professora Céres Santos, que abordou assuntos sobre o papel da mulher na mídia e como a mídia alimenta o racismo. A professora também ressaltou a importância de pensar o papel dos meios de comunicação de massa na criação e manutenção dos estereótipos da mulher negra como inferior.

Os ministrantes deram continuidade à discussão baseado em leituras de textos que abordava o negro, a mídia e o preconceito. Após as leituras, as/os participantes do minicurso, explanaram suas ideias sobre os assuntos. Yuri Matos relatou que a mídia geralmente só mostra o negro como um vencedor, quando sua imagem está ligada a força física ou talento artístico, sendo rara a ligação com o seu nível intelectual.

Segundo Uilson Viana a “cor da mídia é branca, enquanto a cor da violência é preta”, lembrando que quando a consciência for igual para todos independente da raça, não será mais preciso espaços para discutir sobre a consciência negra.

“São as maiorias que a mídia está acostumada em transformar em minoria” ressaltou Érica Daiane, apresentando a reflexão de que a etnia negra é grande em quantidade, porém uma das mais oprimidas em diversos âmbitos em uma sociedade que se diz tão evoluída.

Texto e Fotos: Gisele Ramos – estudante de jornalismo da UNEB e Estagiária do IRPAA