quarta-feira, 24 de abril de 2013

Projeto de Lei de Iniciativa Popular chegará às ruas em 1º de maio

O Projeto de Lei de Iniciativa Popular para a democratização das comunicações no Brasil deve chegar às ruas no dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador. A decisão foi tomada pela plenária da campanha “Para Expressar a Liberdade”, que reuniu representantes de mais de 30 entidades da sociedade civil em São Paulo, na última sexta-feira, 19, para debater e aprovar o documento - considerado pelos presentes como o principal instrumento de luta da sociedade para a democratização das comunicações no país.


O documento trata da regulamentação das Comunicações Eletrônicas no país, rádio e televisão, setor atualmente regido pelo Código Brasileiro das Telecomunicações, e a regulamentação dos artigos de comunicação da Constituição Brasileira, como os que tratam da defesa de conteúdo nacional, diversidade regional e a produção independente. Os apontamentos e análises realizados pelas entidades durante a plenária serão consolidados pelo Grupo de Trabalho de Formulação da campanha em novo documento, que seguirá para ampla divulgação junto à população e a coleta de assinaturas. Para ingressar no Congresso Nacional como vontade da população, deve recolher no mínimo 1,3 milhão de assinaturas. 


O radialista João Brant, que participou do GT de Formulação e integra a coordenação executiva do Fórum Nacional pela democratização da Comunicação (FNDC), destacou que o documento garante princípios importantes para promover a dispersão da propriedade dos meios de comunicação: “Ele garante a ampla diversidade e pluralismo e a não concentração, fortalece o sistema público comunitário e traz um conjunto de ações de enfrentamento ao monopólio que não é só pela questão da propriedade, mas também pelo acesso à produção pela produção independente, do acesso pela produção regional”. O projeto reitera a defesa da promoção e a garantia dos direitos de liberdade de expressão e opinião, do direito à comunicação, da diversidade e pluralidade de ideias. 


Para as entidades, um dos maiores resultados da mobilização será a conscientização da população sobre a importância da democratização das comunicações no país. “A grande decisão da plenária foi a de colocar o bloco na rua com esse instrumento que possibilitará fazer o diálogo com a sociedade. Vamos às ruas, fazer o debate, fazer os seminários, vamos às esquinas, para os locais de trabalho, para as fábricas e recolher as assinaturas para transformar esse projeto em uma realidade”, disse Rosane Bertotti, Secretária de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenadora geral do FNDC.   


Na mesa de abertura da plenária, Altamiro Borges, presidente do instituto Barão de Itararé, destacou que “o projeto se transformou no principal instrumento de luta para o movimento social que luta pela democratização da comunicação país”. Já o deputado federal Ivan Valente (PSOL) apontou o caráter suprapartidário do projeto e seu valor na luta contra os resses conservadores privados: “A mídia inviabiliza todas as lutas e disputas políticas. Temos que ser ofensivos na mobilização da sociedade e na pressão no Congresso”, disse.

A deputada Luiza Erundina, que não pôde estar presente à atividade, encaminhou carta à Plenária, em que destacou o compromisso de sua candidatura e da Frente Parlamentar de Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular – Frentecom no engajamento e na coleta das assinaturas necessárias à apresentação do Projeto que, “por ser uma iniciativa popular, os tornará protagonistas na realização de uma das reformas mais importantes para o fortalecimento da democracia brasileira”.

A mesa contou com a presença de Rosane Bertotti, de Altamiro Borges (Barão de Itararé), do deputado Ivan Valente (PSOL), de Sônia Coelho (Marcha Mundial das Mulheres) e de Celso Schroeder, presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj). Durante a tarde, o documento foi debatido com os representantes da sociedade civil e do movimento social com a coordenação de Renata Mielli (FNDC/Barão de Itararé), de João Brant, de Orlando Guilhon (FNDC/Arpub) e do professor Marcos Dantas (UFRJ). As contribuições feitas ao texto serão adicionadas durante a semana e a versão consolidada será analisada em reunião de trabalho nesta quinta-feira, dia 25, em São Paulo. 


Participação dos movimentos sociais e ampla divulgação


Mais do que aprovar o documento, a reunião mostrou a importância da participação dos movimentos sociais engajados na luta pela democratização da comunicação no país. A campanha “Para Expressar a Liberdade” conta com o apoio de entidades de diversos setores da sociedade e de partidos políticos, desde o movimento negro, das mulheres, trabalhadores, trabalhadores agrícolas, movimento dos sem terra, estudantes, jornalistas, blogueiros e radialistas, dentre vários outros. “A dedicação e o esforço que os grupos de trabalho tiveram para trazer um projeto pronto e o compromisso da plenária em fazer o debate, sistematizar e incorporar as demandas das entidades, garantindo um princípio que para nós é fundamental nesse projeto que é a liberdade de expressão, mostra que estamos no caminho certo. Com muita representatividade, a plenária demonstrou a unidade e o amadurecimento do movimento social”, defendeu Rosane Bertotti.


Igor Felippe Santos, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), disse que o movimento se empenhará na coleta das assinaturas por todo o Brasil: “Tem crescido uma consciência nos movimentos sociais, políticos, nas centrais sindicais e na sociedade sobre a importância de se democratizar os meios de comunicação. A cada dia que passa, a sociedade se sente menos representada nos meios de comunicação tradicionais, especialmente os meios de comunicação de massa, como as televisões e as rádios, e passe a elevar o nível de crítica e consciência a respeito da necessidade de se democratizar”. Para ele, o mais importante de todo o processo será o diálogo com a população para “elevar o nível de consciência e a partir disso se criar um movimento de massa que possa pressionar pela democratização da comunicação”.


Para a coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, Rita Freire, a forma como os conteúdos veiculados nos meios são obstáculo à liberdade de expressão: “Não há liberdade de expressão quando os conteúdos veiculados nos meios de comunicação, que são concessões públicas, têm cortes de classe, gênero e raça, estimulando e reforçando o preconceito. Dialogando com a população, a mobilização crescerá, se transformará em vontade popular e, dessa forma, chegará com força no Congresso Nacional e no governo”, disse.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Fórum de Comunicação do Sertão do São Francisco discute políticas para a área

Com o objetivo de avaliar suas ações e realizar o planejamento anual de atividades, o Fórum de Comunicação do Sertão do São Francisco promoveu neste final de semana um encontro envolvendo as cidades que compõem o Território de Identidade do Sertão do São Francisco.

Para Delaídes Paixão, da rádio comunitária Curaçá FM, estudante de jornalismo e membro da secretaria executiva do Fórum, o encontro foi produtivo, porque o grupo conseguiu realizar em dois dias todo o planejamento para 2013 e ações de longo prazo para os próximos anos. “Além de nosso planejamento anual, eu sinto que existe maior unidade entre as pessoas e instituições que fazem parte do Fórum”, disse.

Na sexta-feira, participantes dos diversos municípios que fazem parte do Território foram recepcionados por moradores de Campo Alegre de Lourdes, cidade que recebeu o encontro. O evento teve início no sábado, 20, pela manhã, com dinâmicas que buscaram fazer uma leitura crítica sobre as representações do Semiárido na mídia e como os participantes enxergavam este mesmo local, a partir da sua concepção.

Ainda pela manhã, foi abordado o papel do Fórum de Comunicação, seus avanços e estratégias em defesa de políticas para a comunicação e a tarde grupos de trabalho pensaram ações de planejamento para o ano. No domingo, 21, houve nova discussão das ações e deliberação da agenda.

Dentre os projetos propostos, a criação de um Observatório de Mídias do Sertão, um projeto de Educomunicação para escolas do Território e espaços não formais de aprendizado, como associações, cooperativas, sindicatos e ongs.

Lucas Emanoel, 18 anos, mora em Campo Alegre de Lourdes e participa do grupo de Jovens Unidos Lutando por Liberdade, que possui um histórico de 30 anos na comunidade. Lucas participou de todos os espaços do encontro e se mostrou entusiasmado com as possibilidades que a educomunicação pode trazer para seu município. “Agora eu tenho uma visão mais ampliada do que posso fazer pela minha comunidade, através do meu blog, por exemplo, mostrando nossas experiências locais”, pontuou.

Ainda de acordo com Delaídes Paixão, “quem quiser conhecer nosso modo de trabalho e atuação, pode visitar nosso endereço na internet, comunicasertaoba.blogspot.com.br, é lá que dispomos nossos documentos de base, notícias e informes”, esclareceu.

Por : Juliano Ferreira- Graduando em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo em Multimeios Universidade do Estado da Bahia - Campus III - Juazeiro

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Espetáculo Teatral Paulo Cezar com "Z" homenageia filho ilustre de Curaçá!




Enfim, o espetáculo Paulo Cezar com "Z", tão aguardado por muitos curaçaenses, aconteceu no Teatro Raul Coelho neste dia 11 de Abril, trazendo ao público uma apresentação teatral que, com certeza, vai ficar na memória de toda a platéia presente.
Paulo Cesar Dias Torres - Fonte Google!
Escrita e Dirigida por Sérgio Ramos, que já alguns anos vem a Curaçá visitar amigos e tirar férias, mais uma vez, trouxe aos palcos do teatro curaçaense uma grande obra de alta qualidade dramaturga, depois de que em 2000, escreveu e dirigiu o espetáculo "Mas será o Benedito", bastante aplaudido e comentado. Desta vez,  resgatando alguns atores e trazendo um novo elenco para essa montagem exclusiva, o texto homenageava a história e o aniversário de 50 anos de Paulo Cezar Dias Torres, um filho ilustre no município, que contribui significamente na história cultural e religiosa na comunidade.
Essa noite especial, contou também com a inaguração de novos equipamentos de luz e som, adquiridos através de projetos aprovados por editais de cultura do governo federal, que abrilhantou ainda mais o espetáculo.
"Eu não sei ainda, se aqui nesse palco do Teatro Raul Coelho, houve uma apresentação tão completa e emocionante quando esta, são ocasiões como essa que devem ser rotineiras na vida de nós curaçaenses. Nosso povo além de gostar de teatro tem uma forte capacidade artística que vai além da nossa imaginação", disse Maria Aparecida, 42 anos, professora municipal que ficou bastante emocionada, principalmente, com cenas sobre o nascimento e o carinho de Paulo Cezar com sua mãe.
Ao término do espetáculo, o aniversariante, subiu ao palco e agradeceu a todos os que contribuíram para a construção dessa peça teatral contando de forma tão intima sua vida e a de seus amigos e familiares, personagens importantes na sua história. Agradeceu também aos figurantes que trouxeram ao palco a marujada, a dança de caboclo, o reisado e o São Gonçalo, seu santo de maior devoção.
Além da Peça “Paulo Cezar com Z”, o Teatro Raul Coelho terá do dia 11 a 13  de Abril outras programações culturais:
11 Quinta: Inaguração dos equipamentos de som e luz do teatro/Espetáculo Teatral Paulo Cézar com Z.
12 Sexta: Roda de capoeira com o grupo Redimidos/ Exposição Cordel Fotográfico/ Sarau.
13 Sábado: Exposição cordel Fotográfico/ Vídeo “Se o ascendente de mamãe fosse aquarius”/ Momento Musical/Apresentação Coral GDECC.

Por Adriel Duarte, Curaçá-BA.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Fórum de Comunicação dialoga com estudantes da Uneb sobre comunicação comunitária

 
Em busca de aproximar as/os estudantes do curso de Comunicação Social (Universidade do Estado da Bahia – UNEB, em Juazeiro) da comunicação comunitária que vem sendo desenvolvida no Território do Sertão São Francisco, o Fórum de Comunicação foi convidado à participar de discussão na disciplina de Comunicação Comunitária oferecida no referido curso.
Nessa última quarta feira (03), os/a representantes do Fórum, Vinicius Gonçalves, Karine Pereira e Álvaro Luiz, iniciaram a conversa com as/os estudantes do 6º período do curso. Neste primeiro momento foi feita uma apresentação sobre quem é o Fórum de Comunicação e como ele vem atuando na região. Após essa explanação, as/os estudantes expuseram suas ideias e posicionamentos sobre a apresentação.
Algumas inquietações foram em relação ao campo de atuação dos profissionais de jornalismo nas organizações e entidades que desenvolvem trabalhos com comunicação popular e com assessoria de comunicação no terceiro setor. Karine Pereira ressaltou a satisfação de trabalhar com assessoria, para instituições preocupados em respeitar e valorizar as comunidades em que estão atuando, considerando a cultura e realidade local.
Para a estudante Ana Carla Nunes, momentos como esses são importante “tendo em vista que na grande maioria das vezes, a Universidade não nos aproxima muito da realidade de muitas organizações e entidades que desenvolvem esse tipo de trabalho.”
Esse bate-papo foi o primeiro passo para uma parceira entre a disciplina, ministrada pela professora Gislene Moreira e o Fórum de Comunicação, que será construída ao longo do semestre, através da criação de projetos voltados para comunidades que desenvolvem ou tem potencial para realizar trabalhos voltados para comunicação comunitária, seja por meio de oficinas, produção de jornais comunitários e outros produtos de comunicação.
Texto: Gisele Ramos - Estudante do 6º período e estagiária de Comunicação do Irpaa