No terceiro dia do Encontro
Nacional de Agroecologia - ENA, que está
acontecendo em Juazeiro (BA) até amanhã (19), cerca de 70 pessoas de diversos
estados do Brasil participaram do Seminário Temático sobre Comunicação.
Inicialmente uma ciranda foi a forma mais eficaz para apresentar as/os participantes,
em sua maioria comunicadores/as populares, que cantaram “companheiro (a) me
ajude eu não posso comunicar só/eu sozinha(o) comunico bem/ mas com vocês
comunico melhor”.
Três experiências foram relatadas,
evidenciando o papel central da comunicação na sensibilização da sociedade
acerca da agroecologia, bem como na garantia de outros direitos fundamentais. A
primeira delas foi apresentada pela Marcha Mundial de Mulheres, que destacou a importância
da comunicação no avanço das conquistas feministas a partir do emponderamento
das mulheres para uso de instrumentos de comunicação, a exemplo da Internet.
Outra experiência trazida para o
seminário foi o projeto “Vidas Paralelas”, do Movimento de Pequenos
Agricultores – MPA, voltado principalmente para a produção de vídeo como forma
de anunciar e denunciar temas de interesse das/dos camponeses, a exemplo do
impacto da produção de gesso no sertão pernambucano.
Por fim, as/os participantes
conheceram o trabalho da Escola de Comunicação Popular do Semiárido Mineiro,
uma iniciativa que surgiu para quebrar o estereótipo da imagem negativa da
região semiárida do Brasil, dando visibilidade à Convivência com o Semiárido em
contraponto à “indústria da seca”.
Debate
Ao encerrar as apresentações, foi
feita uma breve apresentação da Campanha “Para expressar a Liberdade”, chamando
as pessoas e organizações presentes a assinarem a lista de apoiamento ao
Projeto de Lei da Mídia Democrática, bem como assumirem a Campanha em seus
estados e regiões. Em seguida, foram feitos questionamentos e intervenções
acerca das três experiências, pontuando desafios e avanços no campo da
comunicação popular.
Karine Silva, do Fórum de
Comunicação Sertão do São Francisco, fez um relato da atuação do Fórum, que já
existe há cinco anos, destacando as experiências recentes e exitosas com a
educomunicação no sertão da Bahia. Ao mesmo tempo trouxe questionamentos acerca
do financiamento destas ações, possíveis fontes e garantia de continuidade dos
projetos. Helem Santa Rosa, da Escola de Comunicação Popular do Semiárido
Mineiro, disse que uma das estratégias adotadas tem sido os editais voltados
para temas mais amplos, os quais relacionam-se com a comunicação.
Esteve em discussão também a
necessidade da comunicação popular avançar no debate político, nas ações de
sensibilização e formação, indo além da elaboração de peças de comunicação
pelas organizações que contratam comunicadores/as e sim expandindo a rede de
consumidores/as críticos de informações e principalmente produtores/as de
conteúdos voltados para os mais diversos setores da sociedade.
Dentre outras organizações,
estavam representadas no seminário a Articulação do Semiárido Brasileiro - Asa,
Comissão Pastoral da Terra, Centro Indigenista Missionário – Cimi, Revista
Viração, Frente Paulista pelo Direito à Comunicação, FioCruz, Canal Futura,
Cáritas, Rede Cerrado, MST, Pastoral da Juventude Rural, Giramundo, Coletivo
Entrelinhas, sindicatos.
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