domingo, 18 de maio de 2014

Comunicação é tema de Seminário durante o III ENA

No terceiro dia do Encontro Nacional de Agroecologia  - ENA, que está acontecendo em Juazeiro (BA) até amanhã (19), cerca de 70 pessoas de diversos estados do Brasil participaram do Seminário Temático sobre Comunicação. Inicialmente uma ciranda foi a forma mais eficaz para apresentar as/os participantes, em sua maioria comunicadores/as populares, que cantaram “companheiro (a) me ajude eu não posso comunicar só/eu sozinha(o) comunico bem/ mas com vocês comunico melhor”.

Três experiências foram relatadas, evidenciando o papel central da comunicação na sensibilização da sociedade acerca da agroecologia, bem como na garantia de outros direitos fundamentais. A primeira delas foi apresentada pela Marcha Mundial de Mulheres, que destacou a importância da comunicação no avanço das conquistas feministas a partir do emponderamento das mulheres para uso de instrumentos de comunicação, a exemplo da Internet.

Outra experiência trazida para o seminário foi o projeto “Vidas Paralelas”, do Movimento de Pequenos Agricultores – MPA, voltado principalmente para a produção de vídeo como forma de anunciar e denunciar temas de interesse das/dos camponeses, a exemplo do impacto da produção de gesso no sertão pernambucano.

Por fim, as/os participantes conheceram o trabalho da Escola de Comunicação Popular do Semiárido Mineiro, uma iniciativa que surgiu para quebrar o estereótipo da imagem negativa da região semiárida do Brasil, dando visibilidade à Convivência com o Semiárido em contraponto à “indústria da seca”.

Debate

Ao encerrar as apresentações, foi feita uma breve apresentação da Campanha “Para expressar a Liberdade”, chamando as pessoas e organizações presentes a assinarem a lista de apoiamento ao Projeto de Lei da Mídia Democrática, bem como assumirem a Campanha em seus estados e regiões. Em seguida, foram feitos questionamentos e intervenções acerca das três experiências, pontuando desafios e avanços no campo da comunicação popular.

Karine Silva, do Fórum de Comunicação Sertão do São Francisco, fez um relato da atuação do Fórum, que já existe há cinco anos, destacando as experiências recentes e exitosas com a educomunicação no sertão da Bahia. Ao mesmo tempo trouxe questionamentos acerca do financiamento destas ações, possíveis fontes e garantia de continuidade dos projetos. Helem Santa Rosa, da Escola de Comunicação Popular do Semiárido Mineiro, disse que uma das estratégias adotadas tem sido os editais voltados para temas mais amplos, os quais relacionam-se com a comunicação.

Esteve em discussão também a necessidade da comunicação popular avançar no debate político, nas ações de sensibilização e formação, indo além da elaboração de peças de comunicação pelas organizações que contratam comunicadores/as e sim expandindo a rede de consumidores/as críticos de informações e principalmente produtores/as de conteúdos voltados para os mais diversos setores da sociedade.


Dentre outras organizações, estavam representadas no seminário a Articulação do Semiárido Brasileiro - Asa, Comissão Pastoral da Terra, Centro Indigenista Missionário – Cimi, Revista Viração, Frente Paulista pelo Direito à Comunicação, FioCruz, Canal Futura, Cáritas, Rede Cerrado, MST, Pastoral da Juventude Rural, Giramundo, Coletivo Entrelinhas, sindicatos.

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