quinta-feira, 14 de março de 2013
Escola de Formação do Irpaa discute a Comunicação para Convivência com o Semiárido
De 04 a 15 de março, técnicos/as, estudantes, agentes e agricultores/as participam da 22ª Escola de Formação para Convivência com o Semiárido realizada anualmente pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – Irpaa no Centro de Formação D. José Rodrigues, localizado no bairro Jardim Primavera, em Juazeiro (BA).
A partir de uma programação que contempla temáticas ligadas aos Eixos de atuação da instituição: Terra, Água e Clima, Produção, Educação e Comunicação, são realizadas diariamente atividades teóricas e práticas ministradas pela equipe do Irpaa.
Em três etapas, um dos temas abordados é a comunicação. Na perspectiva da comunicação como direito humano, integrantes do referido Eixo levam para a Escola uma percepção crítica desta área, sua relação com o poder, a necessidade de uma recepção crítica-ativa e de oportunidades de produção, distribuição e consumo de conteúdos que possam contrapor a oferta muitas vezes desqualificada e carregada de interesses da mídia hegemônica da região e do país.
Questões como o monopólio, violação dos direitos humanos e criminalização dos movimentos sociais pela Mídia estão também no centro das discussões. Além disso, a visão da Comunicação Popular e Comunitária, preocupada com os processo de comunicação local, mas também global, é vista como elemento fundamental para consolidação da Convivência com o Semiárido.
A reprodução do estereótipo do Semiárido como um lugar pobre, onde a seca destrói vidas e por isso precisa ser combatida ainda é uma realidade. Isso se deve em grande parte aos meios de comunicação que legitimam os interesses das elites políticas, econômicas (donas dos grandes meios de comunicação do Brasil) em negar a viabilidade da região semiárida.
Na formação, é feito um comparativo entre a abordagem que predomina na “grande” mídia, geralmente com sedes nas região sudeste do país, e a realidade da região onde vivem as/os participantes da Escola. Resultado disso é a constatação de que é necessário mais conhecimento acerca da região e maior interesse em divulgar as possibilidades de convivência com o clima, a ausência de políticas permanentes e adaptadas, a diversidade cultural. Há uma enorme carência de uma produção midiática regionalizada e comprometida com o desenvolvimento social e ambientalmente sustentável.
Texto e Foto: Érica Daiane
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