Hoje,
26 de Novembro de 2012, nós mulheres do Levante Popular da Juventude
e do Movimento de Mulheres do Sertão fomos às ruas de Petrolina,
pra lutar, tirar do privado e tornar público que o machismo não
acabou e que ele mata 10 mulheres, por dia, no nosso país.
A
violência contra a mulher é a maior expressão das desigualdades
vividas entre homens e mulheres na sociedade. A raiz desta violência
está no sistema patriarcal e capitalista, que impõe uma necessidade
de controle, apropriação e exploração do corpo, da vida e da
sexualidade das mulheres. Declaramos toda nossa indignação ao
Estado, que é conivente com o patriarcado e não fomenta políticas
públicas mínimas para a melhoria de vida das mulheres brasileiras.
As
mulheres estavam de preto, em forma de luto por todas as companheiras
que já foram e são mortas, assassinadas, violentadas pelo
patriarcado. A exemplo da companheira Josenir Kátia, que estava
grávida, quando foi assassinada brutalmente pelo seu companheiro no
bairro Dom Avelar em Petrolina, em 23/03/10; da tentativa de estrupo
a uma estudante que ocorreu no mês de outubro de 2012, no território
da FFPP e da FACAPE, em Petrolina.
Lembramos
ainda que ontem, 25 de Novembro foi o dia da Luta Latino-americana
e Caribenha pela não violência contra a Mulher.
Além
disso, conversamos com mulheres e homens que passavam pelas ruas,
sobre a importância de não silenciarmos as agressões contra as
mulheres, mas combatê-las.
Tornamos
públicos esses dados: que, só no estado do Pernambuco, 01 mulher é
morta a cada dia, vítima da violência doméstica; no Brasil a cada
12 segundos uma mulher é violentada, estuprada, assassinada. E os
agressores são em sua maioria, pai, marido, parente, ex-
companheiro, ou homens por elas rejeitados.
Trouxemos
à tona, também, a situação da mulher negra, que tem 3 vezes
chances a mais de ser estuprada do que as mulheres brancas; 80% das
notificações de violência contra a mulher tem como vítimas as
mulheres pretas. O controle
da vida, corpo e sexualidade das mulheres se agrava ainda mais
quando a mulher é negra, da periferia, do campo!
Esse
massacre contra nossas mulheres não será mais velado, não nos
calaremos, somos metade do mundo e mãe da outra metade; mexeu com
uma de nós é mexer com todas e, assim, toda violência será
denunciada; onde houver opressão à mulher meteremos sempre a
colher. De punhos cerrados, de luto e em luta, a nossa voz e nossa
força não morrerão jamais!
Estamos
na rua pra lutar por um Projeto Feminista e Popular e seguiremos
marchando e lutando até que todas nós sejamos LIVRES!
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