terça-feira, 27 de novembro de 2012

Mulheres vão as ruas de Petrolina "de luto" diante da violência contra à Mulher no Brasil

Carta enviada pelo Levante Popular da Juventude:

Hoje, 26 de Novembro de 2012, nós mulheres do Levante Popular da Juventude e do Movimento de Mulheres do Sertão fomos às ruas de Petrolina, pra lutar, tirar do privado e tornar público que o machismo não acabou e que ele mata 10 mulheres, por dia, no nosso país. 
 
A violência contra a mulher é a maior expressão das desigualdades vividas entre homens e mulheres na sociedade. A raiz desta violência está no sistema patriarcal e capitalista, que impõe uma necessidade de controle, apropriação e exploração do corpo, da vida e da sexualidade das mulheres. Declaramos toda nossa indignação ao Estado, que é conivente com o patriarcado e não fomenta políticas públicas mínimas para a melhoria de vida das mulheres brasileiras.

As mulheres estavam de preto, em forma de luto por todas as companheiras que já foram e são mortas, assassinadas, violentadas pelo patriarcado. A exemplo da companheira Josenir Kátia, que estava grávida, quando foi assassinada brutalmente pelo seu companheiro no bairro Dom Avelar em Petrolina, em 23/03/10; da tentativa de estrupo a uma estudante que ocorreu no mês de outubro de 2012, no território da FFPP e da FACAPE, em Petrolina.

Lembramos ainda que ontem, 25 de Novembro foi o dia da Luta Latino-americana e Caribenha pela não violência contra a Mulher. 
 
Além disso, conversamos com mulheres e homens que passavam pelas ruas, sobre a importância de não silenciarmos as agressões contra as mulheres, mas combatê-las.

Tornamos públicos esses dados: que, só no estado do Pernambuco, 01 mulher é morta a cada dia, vítima da violência doméstica; no Brasil a cada 12 segundos uma mulher é violentada, estuprada, assassinada. E os agressores são em sua maioria, pai, marido, parente, ex- companheiro, ou homens por elas rejeitados. 
 
Trouxemos à tona, também, a situação da mulher negra, que tem 3 vezes chances a mais de ser estuprada do que as mulheres brancas; 80% das notificações de violência contra a mulher tem como vítimas as mulheres pretas. O controle da vida, corpo e sexualidade das mulheres se agrava ainda mais quando a mulher é negra, da periferia, do campo!

Esse massacre contra nossas mulheres não será mais velado, não nos calaremos, somos metade do mundo e mãe da outra metade; mexeu com uma de nós é mexer com todas e, assim, toda violência será denunciada; onde houver opressão à mulher meteremos sempre a colher. De punhos cerrados, de luto e em luta, a nossa voz e nossa força não morrerão jamais!


Estamos na rua pra lutar por um Projeto Feminista e Popular e seguiremos marchando e lutando até que todas nós sejamos LIVRES!

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