quarta-feira, 29 de abril de 2015

Problematização: Mídia, Cultura e Educação.



(*)Texto produzido sobre a letra da música: Cultura Lira Paulistana. (Itamar Assumpção). Atividade da Disciplina Sociologia e Educação II do Curso de Pedagogia da UNEB – DCHIII. O intuito deste texto é fazer uma abordagem sobre censura, educação, cultura e os meios de comunicação.


Quando o educador se depara com a temática da crítica da relação entre Educação e Comunicação, ele ingressa necessariamente em um universo aonde os meios de comunicação é uma ferramenta importante para o processo de aprendizagem. O uso adequado desses meios e as novas relações humanas fruto, neste caso em especial, desta relação - é uma tarefa que merece uma atenção especial. Principalmente, por entendermos a tamanha influência destes meios ao educar ou provocar comportamentos diversos sejam eles culturais e sociais tanto dentro quanto fora da sala de aula.
Hoje mais do que nunca é necessário oferecer a todos os cidadãos, em especial, aos jovens a competência para saber compreender um leque de informações lançadas em rede e mais do que isso fazer seu uso correto. Neste caso, repete se a ideia da crítica da mídia e das informações que serão trabalhadas, por exemplo, na sala de aula. Para tanto é preciso que o professor ao preparar sua aula, conheça quem produziu o conteúdo a ser oferecido, quais suas ideologias e a serviço de quem estão esses meios de comunicação. E ainda como esses conteúdos precisam ser melhor aproveitados.
É muito claro, nos noticiários e nas programações diárias que a grande mídia,  por exemplo, que detêm os meios de produção de comunicação de massa, visar primeiramente e exclusivamente  o lucro e não a qualidade das informações a serem oferecidas aos telespectadores. Entende-se que ao vender os produtos dos seus clientes através do marketing muitas vezes exacerbado – estão praticando uma atividade exclusivamente lucrativa deixando de lado outros interesses que nunca foram de fato interessante a esses meios. Um exemplo disso é a violência exagerada nas novelas e em filmes.
A educação na mídia é importante por que vivemos num mundo aonde as mídias estão onipresentes no processo da formação de valores morais, da cidadania e dos exemplos para uma vida social mais humana. Isso porque, muitas vezes, ela produz conteúdos de valores distorcidos para atender a audiência de um público pobre de cultura como diz na música (*). É visível nas propagandas apelativas para as crianças, vítimas desde pequenas, o uso de certos comportamentos, o uso de certos acessórios e consumo de certos produtos  que não são atributos para a identidade da criança, mesmo se se falarmos da “criança contemporânea”.
Quando há um trabalho pedagógico eficaz, na perspectiva de informa e educar - as relações sociais através desses meios informatizados acontecem de forma plausível. O aluno consegue utilizar com responsabilidade, por exemplo, os computadores da escola, consegue produzir conteúdos didáticos no seu celular e pode melhorar ainda mais o seu lado cultural, uma vez que, tem nas suas mãos ferramentas que podem contribuir para sua formação, seja em relação a valores referentes a educação, lazer, cidadania, política e neste caso, cultura.
Essa atitude é uma metodologia interessante se falarmos em censura da mídia aonde os grandes meios de comunicação são propriedade de uma elite burguesa e estão a serviço de ideologias conservadoras que, como no caso da ditadura militar no Brasil, manipularam informações, reprimiram opiniões e utilizaram da comunicação e informação de massa para persuadir as pessoas dos seus interesses ideológicos.
Para algumas pessoas, há o discurso de que hoje não há mais censura na mídia e que ela tem em suas atividades diárias conteúdos culturais politicamente corretos. O que não é verdade. Nesses meios há uma apelação para que o grande público vote em certos candidatos também conservadores, tenham as mesmas opiniões liberais e sejam acomodadas perante os infortúnios do capitalismo vigente na nossa sociedade que cada dia está mais violenta, desigual e desumana.
Censura há sim quando militantes de esquerda tentam colocar suas pautas e são covardemente discriminalizados em suas lutas, quando jornalistas sofrem vários tipos de injurias físicas e morais ao publicar conteúdos sobre, por exemplo, o monopólio da mídia e ainda, deixam de produzir conteúdos voltados para educação ou cultura e vão falar de receitas de bolo ou da visita do jogador tal na cidade natal.
Concluindo, a educação tem a missão de incentivar e criticar o uso corretos dos poucos meios que ainda estão sob controle da população. (Como Rádio Comunitárias, Jornal Impressos locais etc). Favorecendo a compreensão integral sobre as informações consumidas todos os dias na TV. Produzindo e informando a própria sociedade em que se vive sobre as suas variadas formas de cultura e sobre a história de líderes que deram suas vidas para que as expressões populares não tenham se perdido no esquecimento, por exemplo.
Sim, A ditadura pulou fora da política e como a dita cuja é craca é crica foi grudar bem na cultura nova forma de censura”... Esse verso da música enfatiza o que foi falado, principalmente, por que tal processo histórico aconteceu há apenas 50 anos, e consequentemente, toda aquela censura ainda costurada na historia do nosso país ainda tarda a desatar...

Por: Adriel Duarte, Curaçá - Ba.







segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sobre um dia 12 de Abril – Sobre um domingo no Brasil.




 
Manifestante no dia 12 de Abril 2015.
Se conversássemos com muitos brasileiros que pouco desfrutam de atividades de lazer aos domingos por motivos de falta de dinheiro, por exemplo, ficaria flagrado a insatisfação destes em relação ao estar em casa neste dia e tentar se entreter com a programação da Globo, canal aberto em todo o país. No entanto, no último dia 12, (ontem) houve uma certa peculiaridade a mais. Em todos os comerciais da programação dominical desta emissora - jornalistas nas capitais do Brasil transmitiam ao vivo, informações duvidosas em decorrência da manifestação nacional vinculada ao ódio do PT e a Presidenta Dilma Roussef alicerçada pela própria globo durante anos na mente de muitos brasileiros.
Ao fazer uma retrospectiva na internet sobre o dia 12 de Abril descobri um dado que chama bastante atenção: Nesse mesmo dia 12, é  comemorado o dia da Intendência do Exercito Brasileiro devido ao ingresso do futuro Marechal Carlos Machado Bittencourt em 1840 responsável pela destruição de Canudos - uma guerra que todos nós conhecemos.
Voltando ao dia de ontem, é plausível lembrar que durante a tarde foi mostrado um carro de som que tinha uma faixa pedindo de volta a intervenção militar, a mesma na qual desapareceu com centenas de brasileiros, mártires na luta social, e que suas famílias após 50 anos do golpe ainda choram suas perdas sem ao menos puderem enterrar os ossos dos seus entes queridos. Ossos esses esquecidos e escondidos nas entranhas da terra dessa nossa mãe pátria Brasil.
Há também de se lembrar grato a oportunidade do ossos sucumbidos após serem flagelados por balas de canhões na guerra de canudos – almas martirizadas e veladas pela oração do Conselheiro sendo ele também uma das vitimas cruéis dos tanques de guerra da ignorância que mancharam o chão do sertão. Há quem diga que há aproximadamente 120 anos atrás, o conselheiro em seus momentos de oração pressentia que esse dia de ontem pudesse acontecer em massa – pedindo de volta as algemas e os fuzis no prato diário do brasileiro. Brasileiro que desde o seu nascimento come salgado pelas injustiças e os desmandos daqueles que hoje se incomodam com os avanços explicitamente notáveis na vida das massas de todo o país.
Que a Antonio Conselhiero não seja dado a oportunidade de ter ouvido falar deste dia 12. E nem a outros tantos, que hoje descansam entre as raízes de muitas plantas, por entre valas desconhecidas pelo Brasil. Que esse desgosto não ganhe respaldo algum. Que tamanha ignorância possa ser vencida, se assim for, pelo silêncio.



P.S: Ou por achar que foi tudo um bloco de carnaval.

Adriel Duarte, Curaçá - BA.